domingo, 31 de outubro de 2010

EIXO VII

Visitando o eixo VII e revendo os trabalhos bem como os textos estudados ao longo do semestre pelas interdisciplinas de Educação de Jovens e Adultos, Seminário Integrador VII, Didática Planejamento e Avaliação e Linguagem e Educação, percebi o quanto estas foram de fundamental importância para o meu fazer pedagógico, assim como para o meu crescimento pessoal, onde ambas possibilitaram-me inúmeros conhecimentos e trouxeram-me importantes contribuições para a elaboração do meu Trabalho de Conclusão de Curso.

Considero relevante destacar aqui a interdisciplina de Linguagem e Educação, onde com base na leitura do texto “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola” (KLEIMAN, 2006) percebi, no entanto que para a escola segundo a autora o mais importante é o letramento escolar, onde o indivíduo passa pelo processo de aquisição de códigos lingüísticos, deixando de lado o letramento social em função de que, a escola foi concebida a direcionar-se exclusivamente o seu trabalho para que o indivíduo aprenda a ler e escrever.

O texto nos mostra que mesmo antes das crianças entrarem para a escola elas já são letradas, a tecnologia e as pessoas na qual convivem participam deste processo evolutivo, seja por meio da TV, revistas, músicas, ouvir histórias, rótulos e embalagens, enfim.

O processo de letramento inicia-se bem antes da alfabetização, já que nasce numa sociedade letrada, rodeada de materiais escritos e de pessoas que usam a leitura e a escrita. As crianças desde cedo, vão conhecendo e reconhecendo práticas da leitura e da escrita. Neste processo vão se apropriando deste sistema, diferenciando-o de outros sistemas gráficos, descobrindo o sistema alfabético e o ortográfico. Quando chega a escola, cabe a educação formal orientar metodicamente esses processos, e nesse sentido a educação infantil é apenas o momento inicial dessa orientação.

Este individuo já vem com uma bagagem enorme, em termos de conhecimento de mundo e a escola deve estar apta para recebê-lo, levando em consideração o letramento tanto social como cultural deste aluno para a partir daí levá-lo de fato ao letramento escolar.

Na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos, algo que me chamou a atenção após a releitura do texto de Regina Hara foi uma citação em que ela diz que: “os adultos das camadas populares frente às adversidades que a vida impõe o quesito educação tem peso menor visto que a saúde, sobrevivência, trabalho,... tem maior importância do que a escolaridade”.

Os jovens e adultos procuram a escola, inicialmente, motivados pela expectativa de conseguir um emprego melhor, ou então são levados pelo desejo de elevação da auto-estima, da independência e da melhoria de vida pessoal. Embora nem sempre estes anseios resultem na sua conquista, pois na maioria das vezes são obrigados a abandonar a escola pela dificuldade de conciliar os estudos com uma jornada de trabalho sobrecarregada. Atender a parcela da população cuja experiência na educação regular foi negada ou frustrada por sucessivas reprovações e evasões, o processo de escolarização de jovens e adultos deve representar uma contribuição para o resgate da dignidade e para construção da cidadania crítica e participativa.

Quanto aos professores que trabalham com alfabetização de adultos, muitos profissionais têm de se dar conta que esse ensino não poderá acontecer de forma mecânica num simplório ato de juntar letras ou mesmo formar frases. Esses profissionais precisam estar preparados para um desenvolvimento crítico da leitura de mundo onde a emancipação se dará e as transformações sociais ocorrerão.

A interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação possibilitou-me inúmeros conhecimentos acerca do filme assistido: “A construção da leitura e da escrita do adulto na perspectiva Freiriana”, bem como os textos sugeridos pela mesma, permitindo-me compreender com mais propriedade a importância do uso de temas geradores na prática pedagógica com relação à alfabetização de jovens e adultos.

Paulo Freire traz suas contribuições com o princípio do diálogo como base para que os indivíduos se conscientizem, transformando a realidade em que vivem, a fim de que atinjam a autonomia e a libertação.

Para Freire a educação tem sentido quando entendida como um ato político onde os envolvidos desenvolvem a leitura de mundo, reconhecem seu papel, identificam as problemáticas da sociedade e rompem a cultura do silêncio.

A prática educativa que trabalha com temas geradores, contextualiza as aprendizagens, parte do conhecimento prévio dos alunos, aproxima o conhecimento do mundo a sua volta, possibilita a interpretação deste de forma crítica.

Quando trabalhado com temas geradores o ato de educar traz significados que possibilitam a aprendizagem dos alunos e dos professores, pois para Freire professores e alunos aprendem juntos.

O diálogo também fundamenta a proposta metodológica do autor, pois este considera que o diálogo junto à tomada de consciência favorece a libertação das alienações que a sociedade impõe desde o seu primórdio.

Freire e Betto no texto “Paulo Freire: A leitura de mundo” nos diz que “Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto que Ivo extrai o pretexto para agir” (BETTO,2007), ou seja, eis ai a importância do trabalho com temas geradores na prática pedagógica em EJA, pois estes partem do interesse e da realidade dos alunos, contextualizando as aprendizagens de forma significativas e contribuindo para formação de educandos críticos, conscientes e no entanto cidadãos.

Abraços!!!


Um comentário:

Roberta disse...

Josy!!

Vejo que tu consegue trazer reflexões importantes mesmo que não tenham relação com o teu TCC. Esse também é um exercício de esscrita que auxilia na construção do teu TCC.

Abraços
Roberta